Não sei quanto a vocês, mas eu adoro um bom filme catástrofe. Sei lá, me atrai a idéia de ver como as pessoas podem se unir e mostrar seus verdadeiros valores frente ao fim iminente. Porém, neste filme o conceito sai um pouco do clichê: diante do fim é possível ver tanto a união quanto o egoísmo do mundo.
Neste ponto, 2012 mostra uma grande verdade: considerando a instabilidade de eventos cósmicos, uma dizimação como essa poderia acontecer da noite para o dia, ou em espaços gigantes de tempo, é difícil prever. Mas julgando que fosse possível saber quando um evento dessas proporções irá ocorrer, creio que aconteceria algo semelhante ao mostrado no filme, onde apenas os muito (muito!) ricos poderiam garantir sua sobrevivência, pagando por ela é claro. Em 2012, o ingresso para a Arca custava nada menos do que 1 bilhão de euros por cabeça, ou seja, pessoas como nós estariam certamente de fora. Um novo mundo repovoado apenas por ricaços arrogantes.
A justificativa para o valor da passagem era a de que havia a necessidade de verba para a construção das Arcas e é nesse ponto que acredito que 2012 falha um pouco. Raciocinem comigo: após um evento como esse os sistemas econômicos deixam, literalmente, de ter sentido, ou seja, as empresas que forneceriam o material para a Arca não teriam motivos para cobrar, uma vez que após aquele evento o dinheiro não teria valor e elas mesmas não existiriam mais. O correto seria haver uma mobilização em massa entre todos para que o máximo de arcas fossem produzidas no período de tempo entre a descoberta e a data da catástrofe
Em relação aos efeitos especiais, 2012 realmente arrasa, esqueçam Armagedon ou Impacto Profundo, a visão artística desse filme sobre o fim é realmente a melhor de todas. Tsunamis, terremotos colossais, erupções, tudo foi muito bem retratado no filme e se você pôde ver no cinema deve ter parado até de respirar na cena da fuga de carro do terremoto.
Vendo 2012 não dá para deixar de fazer um paralelo com o que está acontecendo recentemente, pois num espaço bem curto de tempo vimos diversos fenômenos e desastres naturais acontecerem, do meio do ano de 2009 para cá houveram enchentes, deslizamentos, vulcões entraram em atividade, terremotos arrasaram regiões.
Só dos eventos que me lembro já dá pra traçar um panorama de que algo está acontecendo, eventos que parecem isolados, mas que talvez não sejam:
- Terremoto na Itália que matou aproximadamente 200 pessoas;
- O Vulcão Mayon, nas Filipinas entrou em atividade;
- O Haiti sofre um terremoto que deixa mais de 150 mil mortos;
- O Chile sofre um terremoto, seguido de Tsunami.
Esses são só os que me lembro, sei que houve outra erupção mas não citei por não me lembrar o nome do vulcão. Todos esses eventos ocorreram num espaço de tempo muito curto. Não creio que sejam fatos isolados, sem nenhuma conexão.
No filme o desastre é causado pelo Sol, por uma grande erupção solar. Alguns estudos dizem que, embora seja possível que os fatos mostrados no filme aconteçam, eles são pouco prováveis. Entretanto, o Sol é um corpo celeste instável, e as energias liberadas por ele vão “desligar” o campo magnético da terra um dia, nos deixando sem energia elétrica (isso mesmo, para os cientistas isso não é um “se”, mas um “quando”, um dia o sol nos deixará a luz de velas). Para restaurar a energia poderia levar meses, talvez anos. Então imaginem um cenário assim: sem energia elétrica as fábricas não produzem produtos, não beneficiam alimentos, não empregam pessoas, logo o dinheiro passa a ser apenas um papel qualquer, um conceito de uma era que não existe mais. Após isso as pessoas enlouqueceriam. No início iriam saquear supermercados em busca de alimentos e, quando os alimentos industrializados acabassem, o caos aumentaria, veríamos famílias se armando para proteger suas propriedades e seus estoques de alimentos e pessoas se comportando como animais pelas ruas. Este seria um cenário tão desastroso como uma catástrofe natural, e tudo por casa da falta de energia, um apagão prolongado. Dá um medinho até.
Bom, 2012 está chegando, será que devemos nos preparar?
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