A boa e velha década de 90, a era de ouro das publicações sobre games no Brasil. Numa época em que a internet era praticamente um embrião com aspirações em revolucionar os meios de comunicação, eram as revistas que ditavam as tendências e mantinham o público informado sobre as novidades ao redor do mundo. E embora o tema games fosse considerado extremamente segmentado no universo editorial, rapidamente as editoras descobriram o quão cativo poderia ser aquela faixa de público e isso fez com que a maioria delas criassem seus próprios periódicos sobre games.
Atualmente, analisando em retrospecto, pode-se considerar que a revista Gamers estava entre as mais reconhecidas. Entretanto, quando surgiu no mercado pela editora Escala, a publicação encontrou suas maiores concorrentes, a Super Game Power e a Ação Games, já consolidadas e com público cativo. A solução foi encontrar formas de se diferenciar das demais e parte desse esforço veio sob a forma do Gamers Book, uma publicação diferenciada que ao invés de trazer notícias sobre vários games continha todo o conteúdo possível sobre um único game, como se fosse um manual prático, algo ainda inédito no país.
Além disso, talvez o maior diferencial da Gamers tenha sido as pessoas que faziam a revista. Ao contrário das demais publicações, onde jornalistas (que muitas vezes não entendiam de games) transpunham as impressões dos chamados "pilotos" a respeito dos games sob a forma de texto, na Gamers eram os próprios jogadores quem redigiam os textos. Essa característica dava aos textos da revista um ar mais passional, aquela sensação especial de se ler um texto e perceber o quanto as pessoas que o escreviam amavam aquilo que estavam fazendo.
Abaixo, uma reportagem publicada pelo Uol Jogos conta um pouco dos bastidores da revista Garmers:
